quinta-feira, 14 de outubro de 2010

FAMÍLIA E MEIO AMBIENTE


"E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia."  Gênesis 1.31

       
    Falar em preservação do meio ambiente sem falar na restauração da família significa desconhecer a teologia da criação no seu ponto mais decisivo e mais precioso que é a criação da família. No relato da criação o autor do livro de  Gênesis salienta que exatamente no sexto dia, o último dia da criação, ou seja, no encerramento da criação, Deus contempla tudo e viu que tudo era muito bom. Naturalmente que a família estava, não apenas incluída neste tudo de Deus, mas também recebeu de Deus a incumbência de cuidar e zelar da terra que naquele momento era um lindo paraíso.
     Com o advento do pecado aquele meio ambiente sadio começou a se contaminar. O pecado gerou o orgulho, egoísmo a competição entre os filhos de Deus. Vale ressaltar aqui que o orgulho de Caim fez dele o primeiro assassino a manchar a terra com o derramamento de sangue inocente. No decorrer dos anos a iniquidade foi aumentando  e com isso a terra  passou a ser um palco de guerras, violência, imoralidade e muitas coisas mais. Paulo escrevendo aos Romanos salienta  que "toda a criação a um só tempo geme e suporta angústias até agora, e não sómente ela, mas também nós que temos  as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso  corpo" Rm 8.22-23.

Com o silêncio da Igreja sou levado a crer que os radicais ecologistas são as pedras que estão clamando diante dos cristão calados.
    Analisando a agenda programática da ONU percebo que a preservação do meio ambiente tem sido um dos grandes desafios assumidos por ela  nestes últimos anos. Povos do mundo inteiro estão se convencendo de que o Planeta Terra é a casa-lar do ser humano e que a preservação do mesmo oferece ao ser humano um ambiente que permita-lhe uma segurança emocional e social dando-lhe uma qualidade de vida. 
    A política de meio ambiente passa pelas 3 vertentes básicas:
1. Meio ambiente econômico.
   Um boa política econômica permite que o ser humano usufrua de uma justa distribuição de renda o que vai lhe permitir receber um salário decente diante de suas necessidades básicas tais como saúde, educação e lazer.
2. Meio ambiente natural.
   Nossas matas e nossos rios estão morrendo. A camada de ozônio em nosso planeta está sendo destruída pela poluição oriunda das grandes metrópoles do mundo inteiro. Se não tomarmos uma posição corajosa de resgate aos nossos rios e nossas matas, nossa terra se transformará num verdadeiro deserto e quem viver até lá verá! 
3. Meio ambiente social
    O ser humano necessita de estar em paz consigo mesmo e com as pessoas que o cercam. Este processo de inter relação acontece no meio social que o homem vive. A família, como um espaço de convívio  social, desempenha um papel relevante dentro dos agentes colaboradores ao bem-estar ambiental do ser humano, devendo por isso ser considerada como peça importantíssima na restauração do meio ambiente social merecendo por isso uma atenção redobrada por parte dos governantes. Portanto, há que se levar em consideração de que a sociedade não pode ignorar a família dentro da política ambiental.
   Não será agora um momento oportuno para a Igreja do novo milênio se despertar do sono do comodismo e assumir sua função de guardiã da sociedade e por que não dizer do planeta tão devastado?
   Não será esta a hora oportuna para a Igreja assumir a mais antiga designação de Deus aos seus filhos em Gênesis 1.28? ("Sêde fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a, dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo  animal que rasteja sobre a terra). Os verbos multiplicar, encher e dominar deixam transparecer para nós que o homem criado a imagem de Deus recebeu dEle a responsabilidade de cuidar com amor da terra-paraíso que Deus criou e viu que tudo era muito bom.
   Não será esta a hora oportuna para a Igreja Brasileira,   na montagem de seu plano de ação, priorizar a família antes de qualquer outro programa?  E quem sabe, que como potencial organizacional, a Igreja baixaria os altos índices de divórcios e separações conjugais e eliminaria a praga da orfandade que assola o nosso país!!!
    Acredito que na restauração da família a Igreja se posicionará diante de Deus como verdadeira parceira no processo de preservação do meio ambiente, ou seja do planeta, porque não dizer nossa casa lar?

Com estima

Laercio Rodrigues Santana - P/ Equipe de Apoio Pastoral

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